O que tem restado dessa
desastrosa vida amorosa, senão emoção, subjetivismo, dor existencial, angústia,
ausências e saudades? Talvez todas essas emoções sirvam, ao menos, para
produzirem textos românticos ou tristes ou decepcionados ou saudosistas, como
os livros da segunda geração do romantismo brasileiro, conhecida como
ultrarromântica.
Já percebi que se tornou um
ciclo: amores vêm, amores vão. Alguns porque eu quero que se vão e outros
porque eu quero que fiquem, mas todos se vão. E no final, resta-me apenas as
palavras. As palavras ditas e as escritas. Somente elas não me abandonam.
Somente a escrita não é capaz de deixar uma escritora que sofre de amores que não
podem vingar. Somente a escrita é capaz de curar essas feridas. Somente a
escrita é capaz de trazer esperanças ou realidades. Somente a escrita...
somente ela e mais nada!
Então, eu me tornei uma
chata paranoica com os textos: mesma fonte em todos, mesmo tamanho de letra,
todos justificados, mesmo espaçamento, gramática mais correta possível, coesão,
coerência, regras, regras, regras e perfeições. Parece até que escrevendo
consigo libertar sentimentos que não são capazes de sair sozinhos de dentro do
meu peito e dando toques de perfeccionismo aos textos supro necessidades
diversas.
Enfim, sempre me restará a
escrita. As palavras sempre me servirão de consolo, de expressão dos
sentimentos e emoções aprisionados, sufocados e calados. Porque palavras
expressam, mas a mim, elas consolam.
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