"De todas as minhas loucuras, apaixonar-me por você foi a mais insana e covarde. E há tempos que aquela forma de amar estava me matando: um suicídio pleno, capaz de deixar as marcas mais profundas no coração. Capaz até de esfriar um coração outrora tão ardente e vivaz.
De todas as minhas loucuras você foi a melhor e a pior. Um dualismo imensamente atraente e repugnante. Compreendê-lo era algo impossível, mas completamente instigador.
Entre todos os atos mais incoerentes que uma pessoa apaixonada poderia ter, a decisão por permanecer nesse suicídio constante de sentimentos e assassinato de esperanças é que me fazia não dormir todas as noites.
Mas ele continuava não sabendo qual era a data do meu aniversário, qual era minha cor preferida, quais eram meus maiores medos e sonhos. Ele continuava não notando que aquele meu sorriso grande era para ele, que aqueles olhos grandes de ressaca brilhavam por ele, loucos para arrastá-lo para perto de mim. E ele continuava não notando que ao menor indício de proximidade eu me rendia e ainda me suicidava a cada sorriso que ele dava.
De todas as loucuras, eu escolhi a forma mais ingrata de amor e o suicídio que ele me proporcionava não era capaz de me fazer parar porque do outro lado lá estava você com seu sorriso."
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