Pular para o conteúdo principal

Sobre o amor


 Estive pensando sobre o amor. Sim, sobre o amor. É um tema banal para se escrever, mas pensei exatamente sobre isso: como um sentimento tão grande e maravilhoso está sendo mais do que banalizado ultimamente. As pessoas dizem "Eu te amo" como se fosse "Bom dia". Está ficando cada vez mais fácil amar e desamar de uma hora para outra porque estamos confundindo o que é o amor de verdade.
 O que me levou a refletir sobre isso foram minhas próprias histórias conturbadas e trágicas de "amor". Notei como era fácil me falarem que me amavam logo nas primeiras semanas e eu não aceitava isso muito bem, mas acabava me rendendo logo. Porém, é muito difícil me fazer dizer "Eu te amo" para alguém. Acabei falando uma vez e não deu muito certo no final das contas. Mas essa é uma história que posso contar depois.
 A questão é que, ao meu ver, o amor não é um sentimento que nasça pronto, completo, inteiro e grande. Quase como algo concreto. Sempre que penso no sentimento de amor que uma pessoa possa ter por outra - em qualquer tipo de relacionamento - penso em uma semente. É, uma semente. Ela nos é dada pequena, daí temos que cuidar e cultivar para ela se desenvolver e virar uma muda. Depois essa muda vai crescendo, sob cuidados, e se transforma em algo maior. E assim, aquela semente transforma-se em uma coisa bem maior. Uma árvore ou algo assim. Assim é o amor. Quando surge é pequeno e à medida que vamos convivendo com a pessoa por quem expressamos esse sentimento, ele vai crescendo e tomando forma, e profundidade. A convivência é o adubo dessa semente, vai fazendo-o crescer.
 É triste ver como as pessoas não se dão conta de que o tão falado e esperado "amor" é algo simples e que precise de tantos cuidados e muita paciência para se tornar algo bom de verdade. Mais triste ainda é confundi-lo com sentimentos passageiros e acabar culpando-o pela dor deixada.
 Tenho notado também que atualmente tornou-se comum dizer que ama alguém pela internet. Claro, amar alguém que você não tem que aturar, respeitar as diferenças e não conhece os piores defeitos é realmente muito fácil e prazeroso. Mas isso não é amor! Santo Deus, quanta ignorância!. Claro que a internet pode fazer-nos conhecer pessoas legais, mas só a convivência e o conhecimento do outro pode fazer um sentimento brotar no coração.
 Será que as meninas não notaram ainda que os inúteis que elas correm atrás morrendo de amores, dizem "Eu te amo" para todas as menininhas fáceis que aparecem pela frente? Será que não é notável que aquele ídolo por quem alguém tem aquela paixão platônica ridícula não está nem aí se você diz que ama ele mais que tudo na vida e gasta seu tempo e seu dinheiro com coisas dele? (A parte do dinheiro até o interessa, sim). A verdade é que as pessoas só vão entender o que é o amor de verdade quando amarem primeiro a si mesmo e aceitarem ao outro como ele é.
 
"O amor é paciente, é benigno,
o amor não arde em ciúmes,
não se ufana, não se ensoberbece,
não se conduz inconvenientemente,
não procura seus interesses,
não se exaspera,
não se ressente do mal;
não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Emanemo-nos amor!

 Dando uma pincelada rápida pelas milhares de matérias para a segunda fase, minha maior ênfase está sendo na área de humanas (que tem peso dois para mim). E o que mais tem me intrigado é a minha relação "amor e ódio" com a história.

Devaneios e utopias (II)

"Corações têm chaves? Nunca imaginei esta ideia até o presente momento, mas começo a aceitá-la. Até porque, se a chave do príncipe-da-minha-vida não for compatível com a fechadura do meu coração de pedra, ele deixa de ser o príncipe e se torna sapo. Príncipes virando sapos, taí outra ideia que eu não entendia muito bem mas que começa a fazer sentido. Afinal, se as partes não se encaixarem perfeitamente para que os corações de ambos se abram de verdade e por amor, o que prevalecerá será somente prazer vazio e solidão. Então, sim. Corações têm chaves. A do meu ainda não encontrei...

Ao infinito e além... mais além.

Passei a madrugada pensando em como será minha vida, como estarei na carreira jurídica e na questão familiar. Cheguei à conclusão de que seria mais fácil se a vida viesse com Manual de Instruções e nele, uma prévia do nosso futuro. Desta forma eu sofreria menos de ansiedade e já saberia onde ir e por quê lutar.  Mas, infeliz ou felizmente não vem e temos de nos virar. Morrer de ansiedade quando estamos de tpm, chorar horas sem fim por estarmos carentes e não saber quem é "O" cara certo e nem quando ele vai chegar. Ou talvez seria mais fácil escolher nossa profissão, vocação, dom ou o que for. Dizem que se a vida fosse fácil, não teria graça e começo a concordar, apesar de sempre estar aflita por não saber do futuro.  Quando criança, tinha uma lista enooooorme de desejos/metas a cumprir: entrar para a faculdade pública, ser médica, me casar, ter filhos e ser muito rica para ajudar às pessoas. É, o mundo dá voltas e muitas vezes algumas coisas não saem como queríamos. Ent...